14 maio 2012

Passeata a Roma

A passeata turística a Roma foi muito boa! Enquanto cá chovia e fazia mau tempo, lá esteve sempre calor e sol, graças à presença do guru da meteorologia Nuno Fraga.
Alugámos um apartamento muito fixe e central, cujo dono estava um bocadinho obcecado com o facto de lhe podermos basicamente partir a casa toda. Nos cinco dias que lá estivemos conseguiu ir lá a casa no 1º dia (para nos receber), no 3º dia (para limpar a casa), no 4º dia (para controlar como estava tudo) e no 5º dia (para se despedir). Que pena ele não me enviar o inquérito de satisfação para eu responder!

No 1º dia fomos logo para o Vaticano porque poucos dias depois seria a beatificação do Papa João Paulo II e calculámos que haveria uma enchente de pessoas. Acertámos em cheio porque no dia em que fomos já estava tudo pejadinho de gente.
Visitámos os Museus do Vaticano, a Capela Sistina e a Basílica de S. Pedro. Muito mais haveria para visitar mas o tempo não dá para tudo. Nem o tempo, nem a carteira, nem as pernas, nem a paciência!
Ir ao Vaticano foi para mim um misto de emoções: se por um lado ir a Roma e não ir ao Vaticano parece um bocado idiota, por outro lado não é propriamente um local com o qual me identifico.
O nosso guia disse-nos que o Vaticano faz 1 milhão de euros por dia com os turistas. Só isto já nos dá que pensar, não dá?


A Capela Sistina é, de facto, um espectáculo. O tecto do Michelangelo… meu deus! O nosso guia explicou-nos alguns dos pormenores que foram criados pelo Michelangelo e parte da sua história. A ideia com que fiquei foi que, para além de grande artista, o tipo tinha muito sentido de humor, era sarcástico e tinha uma postura muito honesta e leal com os seus próprios princípios. Ganda Michelangelo! Adorei!


Depois fomos à Basílica de S. Pedro. É mo-nu-men-tal! MO-NU-MEN-TAL! É lá que estão sepultados os vários papas e diversas obras de arte, como a Pietà de Miguel Ângelo.
Na altura os artistas não podiam assinar a sua obra mas, claro, depois de grande discussão sobre quem teria feito tal obra, o Michelangelo foi lá de noite e gravou na pedra “Michelangelo Buonarotus de Florença fez”. Ganda Michelangelo!
A Cúpula de São Pedro, também projetada por Michelangelo é a mais elevada parte do Vaticano e um elemento marcante na paisagem de Roma. Por dentro é espectacular!


Saídos do Vaticano fomos até ao Castel Sant'Angelo, que tem uma vista linda sobre a cidade, o Vaticano e o Rio Tevere.

À noite fomos dar uma volta até à Fontana di Trevi, Fontana del Tritone, Piazza della Repubblica e, claro, comemos um belo gelado :) nham nhammmm


O segundo dia foi o dia em que caminhámos mais, acho. Primeira paragem: Coliseu. É uma construção impressionante com capacidade para 50.000 pessoas, coisa pouca!


Logo ao lado fica o Arco de Constantino, construído para comemorar uma vitória do Imperador Constantino.

Daí passámos à visita do Fórum Romano, que era o principal centro comercial da Roma Imperial, o coração da cidade. Nada a ver com os que há agora! Aqui localizavam-se não só os espaços comerciais como também templos, basílicas, arcos e vários edifícios políticos. É uma área imensa, nalguns pontos com uma vista soberba sobre a cidade, onde andámos, andámos, andámos e andámos. Imagino a torreira que não deve ser percorrer toda aquela extensão em pleno Verão… Em Abril já estava uma esturra!


Antes de irmos dormir a sesta para casa, ainda fomos às Terme di Caracalla. O 1º lugar em Roma onde pude disfrutar da quase ausência de turistas. Uma tamanha paz e sossego que até me deu vontade de deitar na relva e curtir o som dos passarinhos!
Construídas entre 212 e 216 DC, eram na altura as maiores termas de sempre, e estiveram em uso até ao século XIX! Recebia cerca de 1600 visitantes por dia, de todos os estratos sociais. Tinha uma série de salas cujo circuito deveria seguir uma determinada ordem: 1º o ginásio fitness, depois o laconium com temperaturas mais elevadas, para fazer suar e limpar os poros. De seguida o caldarium, uma sala com uma piscina aquecida e por último o frigidarium, uma piscina ao ar livre, de água fria. Que espectáculo que devia ser!



No terceiro dia já tivemos a companhia da Serena. O objectivo era irmos mais para a zona central. Passámos diversas vezes pelo Monumento Nacional a Vítor Emanuel II (ou Altare della Patria), construído em honra do 1º rei de Itália e com uma altura de 81 metros!! Para além da dimensão, impressiona ainda o mármore branco imaculado de que é feito. Quem limpará aquilo para ficar tão branquinhooo?!


Seguimos para a Piazza di Spagna. Se podia ser um local mesmo bonito e disfrutável? Podia. Mas sem turistas. Até lá chegar parecia que íamos numa procissão, em “passinho de montra”, pára, arranca, pára, deixa passar, desvia… uma canseira! A verdade é que não estivemos ali nem 5 minutos tal era a confusão!


Segue para bingo e vamos até à Piazza del Populo. Apesar de ter alguma história, na verdade a praça é hoje uma ampla zona pedonal e onde se realizam eventos públicos e grandes manifestações. Dá acesso à Villa Borghese, mas infelizmente o tempo não deu para tudo o que queríamos. Almoçámos uma pizza com a Sere e seguimos sozinhos para o Panteão. Construído em 27 AC encontra-se em perfeito estado de conservação e esteve sempre em uso!



Último dia em Roma. Último dia com a Serena. Snif snif :( Fomos almoçar com a família da Sere, que mora fora da cidade, a uns 30 kms. Um almoço grandioso, cheiooooo de comida, muita comida um almoço a la romana!


Depois fomos passar a tarde a Tivoli, uma localidade a 30km de Roma, onde existem 3 “villas”: aVilla d'Este, a Villa Adriana (ambos classificados como património mundial da UNESCO) e a Villa Gregoriana (onde fomos). Escolhemos a Villa Gregoriana para visitar porque é mais um parque, mais verde, com cascatas e trilhos, diferente de tudo o que tínhamos visto em Roma até então (edifícios, ruínas, estátuas, colunas, etc).
O parque/jardim foi “construído” depois de uma grande enchente e enxurrada que destrui tudo. O Papa Gregório XVI decidiu então domar o rio, construindo um túnel por dentro da montanha e canalizando-o por forma a não danificar mais a localidade de Tivoli. Das 4 cascatas de então, restaram duas, espectaculares! A Villa Gregoriana consiste principalmente de florestas densas, com caminhos que levam às cavernas de Neptuno e Sirenes, que fazem parte de uma série de desfiladeiros e cascatas que levam à grande cascata.


E pronto, mais uma viagem, mais uma volta! Foi bom enquanto durou! Agora ficamos à tua espera, Serena! "Até já!"